quarta-feira, outubro 29, 2003

 

Criancices no governo

Que bonito é ver homens adultos a comportarem-se que nem crianças...ainda para mais quando estão no governo e são responsáveis pelo nosso futuro enquanto nação!

Veja-se o que aconteceu ainda hoje: o malandrim do ministro da agricultura, o Sevinate, tentou finalmente surrupiar o, há muito cobiçado, brinquedo do ministro do ambiente, o Instituto da Conservação da Natureza. "Este mariquinhas passa o tempo a chorar e a fazer queixinhas, nem tem tempo para brincar com isto e nem vai dar pela falta", pensou o endiabrado miudo. Infelizmente para o Sevinate, o Amílcar é muito cioso dos seus brinquedos (mesmo que, na maior parte das vezes, estes só sirvam para enfeitar o seu quarto - nisso o Sevinate tinha razão) e, claro, ficou todo chateado quando deu pelo sucedido, desatando a chorar e a fazer barulho, para ver se a mãe ouvia...e ela ouviu!

Vendo a expressão irritada da mamã opinião pública, que lhe trouxe à memória as consequências de outras traquinices passadas (dele e doutros membros do seu clube secreto), o nosso Sevinate percebeu que tinha feito asneira e não teve outra escolha senão negar tudo, assobiar para o lado e...desistir do cobiçado Instituto da Conservação da Natureza.

O filho da vizinha, um menino mais velho de quem a mamã gosta muito, o Durão, (e que também é presidente do clube secreto a que todos os meninos pertencem, "o governo") ainda tentou disfarçar a coisa, dizendo que nunca o Sevinate tinha pensado em roubar o malfadado brinquedo ao desgraçado do Amílcar, de quem aliás todos gostavam muito, e que era tudo um mal entendido.

Mas a mãe não é parva e viu os convites que o Sevinate já tinha mandado por email aos outros meninos seus amigos, a convidá-los para vir brincar com ele e com o cobiçado e recém adquirido brinquedo novo e, aparentemente, não foi na conversa.

Resta saber qual será o castigo do menino Sevinate e, ainda mais importante, se o Durão também levará alguma ripada por ter mentido à mamã ou se vai conseguir convencê-la com falinhas mansas, como tem acontecido até aqui.

terça-feira, outubro 21, 2003

 

"Quero é que o Roger se foda!"

Esta poética afirmação de Manuel Vilarinho, líder etilizado da nação benfiquista e reconhecido poeta de verso fácil e sentido, sintetiza, com raro engenho e a habitual habilidade, o sentimento generalizado entre os participantes na festa de inauguração do novo estádio, vulgo nova Catedral. De facto, por contingências variadas a que o diplodocus é completamente alheio, não foram poucos os intervenientes na festa (daqui para a frente referidos como festivaleiros) que pecaram em pensamento e reapontaram o masturbatório destino desejado a Roger, para outro alvo qualquer.

Infelizmente para os prevaricadores - "bandidos tremei" é o nosso lema - o diplodocus, em estreita colaboração com a PJ e com a GNR (o nosso agradecimento sentido ao 1º cabo Valadares e à sua valorosa 1ª Brigada de Para-Escuta e Telecinese da divisão do Paranormal da Guarda Nacional Republicana), conseguiu aceder ás transcrições em sangue de virgem sobre pele de carneiro esticada ordenadas pelo juíz responsável pelo caso, dos pensamentos privados de várias personalidades presentes na rubra festa, recorrendo às mais recentes tecnologias de escuta e violação do segredo de justiça cedidas pela NASA (as mesmas que estão a ser usadas no space shuttle - sim, há polímeros da era espacial envolvidos).

Posto isto, resta dizer que, meus amigos, o cenário é nada menos do que desolador!

Senão vejamos o que teria passado pela cabeça de Durão Barroso quando, de sorriso amarelo em riste, mas com o olhar triste a denunciar toda desolação que lhe ia na alma, balbuciava vivas ao Benfica, como que a pedir clemência, ao mesmo tempo que 65400 cruéis e ingratos benfiquistas, incapazes de reconhecer o inestimável auxilio governamental prestado (sem o qual a nova catedral não passaria de uma miragem) o vaiavam a plenos pulmões?
As transcrições não mentem: um valente "Quero é que vocês se fodam todos, seus ingratos de merda!".

Ou que pensamento teria atravessado a mente do reputado economista Jaime Antunes, candidato precocemente derrotado à liderança do clube e, nem assim, objecto de convite oficial para a festa, quando ouviu o balbuciante e etilizado Manuel Vilarinho tecer elogios despropositados - facilmente confundíveis com campanha eleitoral pelos mais sensíveis - ao candidato-corredor das grandes orelhas, Luís Filipe Vieira?
Evidentemente, um inequívoco: "Quero é que tu e o Vieira se fodam, ó Vilarinho!".

Também Santana Lopes, presidente da câmara e bon vivant profissional, aspirante a presidente da república e bon vivant profissional, enquanto observava Jorge Sampaio, actual detentor do cargo, a discursar não pôde deixar de pensar:"Fala, fala, mas eu quero é que tu te fodas, ó Sampaio, que o próximo sou eu!".

Até Roger, ao ler as noticias do dia no seu orgão de comunicação social de eleição - o jornal Record - não terá conseguido conter um "Tu é que te vais foder, ó vilarinho, que eu para o ano vou sambar para o porto!", quando confrontado com as polémicas declarações do não menos polémico presidente.

O "tou-me a cagar para o segredo de justiça" de Ferro Rodrigues, ao pé deste triste espectáculo, não passa de uma imprecação de escuteiro irritado pela fraca adesão popular ao bazar da paróquia!

quinta-feira, outubro 16, 2003

 

Venha a nós o vosso comentário!

O diplodocus, confirmando-se como um dos mais vanguardistas e ousados blogs jamais evacuados em português, decidiu lançar, com a coragem que lhe é habitual, uma iniciativa ousada e surpreendente e que consiste na oferta de uma lata de sardinhas e uma fatia de pão de mafra, a todo e o leitor que tenha a coragem para dizer de sua justiça no espaço reservado para o efeito!

Porque, no diplodocus, acreditamos que uma peixeirada é sempre melhor do que uma homilia e que a bidirecionalidade é mais do que uma direcionalidade sexualmente promíscua!

quarta-feira, outubro 15, 2003

 

Obrigado e um grande bem haja, minhas senhoras!

Em tempo de contenção orçamental selvagem e impiedosa, com as finanças mais controladas do que a entrada de paquistaneses em lojas de explosivos, quando não há dinheiro para reparar as passagens pedonais sobre a IC19 e elas caem em cima dos automobilistas atónitos, quando as matas deixam de ser vigiadas durante a noite por falta de dinheiro e o país arde mais depressa do uma aldeia vietnamita durante uma rega de napalm made in USA, quando nem sequer deixam o Paulo Portas comprar 3 submarinos e o forçam a contentar-se com apenas 2, quando todos os ministros fazem fila, de cabeça baixa e em silêncio, perante a sinistra Dona Manuela, para receberem as vergastadas nos nós dos dedos com a vara de marmeleiro, caso se tenham portado mal e gasto demais...quando a moral lusitana está no fundo do poço e, nas ruas cinzentas, só se vê tristeza e o choro dos, outrora orgulhosos e imperiais portugueses, fere os ouvidos, eis que, de onde menos se esperava, um singelo gesto de solidariedade fraterna e transatlântica nos chega dos nossos irmãos brasileiros e nos restaura, de uma penada, a confiança na humanidade e no nosso glorioso e predestinado futuro!

Falo dessas incansáveis trabalhadoras do sector da restauração que, a troco de uma simbólica recompensa, levam a alegria, o bem estar e a solidariedade ás inóspitas terras transmontanas, à custa de muitos e abnegados sacrificios pessoais!
Falo, como não podia deixar de ser, das Putas de Bragança, louvadas sejam!

Pois foram as Putas de Bragança, Deus as abençoe, que puseram a capital transmontana no mapa europeu, como Tino tinha feito com rãs à escala nacional!

A um ano do Euro2004, designio máximo da nosso esforço colectivo, verdadeiro teste ao nosso carácter enquanto povo, as Putas de Brangança, benditas senhoras, dão o exemplo e poupam aos necessitados cofres nacionais, incontáveis milhares de euros que iam ser gastos em publicidade (quem sabe se não podemos voltar a equacionar a compra daquele 3º submarino que tanta falta faz, agora com o dinheiro que foi poupado), ao mesmo tempo que escarrapacham uma das portas de entrada do país, na capa da Time, revista de referência a nível internacional!

É mesmo caso para dizer, com incontida emoção e voz trémula de fervor patriótico: obrigado e um grande bem haja minhas senhoras! Que os poetas cantem os vossos feitos durante os séculos vindouros! Aleluia!

terça-feira, outubro 07, 2003

 

O ministro morreu, viva o ministro!

Caiu Martins das Cunhas, mas caiu de pé, como o fazem os heróis!

Ao fogo cruzado desses picuínhas preciosistas da oposição, respondeu o ministro com serenidade, altivez e um silêncio transbordante de dignidade, muitas vezes confundido com um "deixa-me ficar calado a ver se isto passa" pelos mais mal intencionados!

Desenganem-se os que pensaram que iria a correr pedir a demissão, depois das últimas revelações bombásticas, como se de um bebé chorão se tratasse! Chorem os que anteriormente riam, pensando que ia meter o rabo entre as pernas, como um vulgar cão abandonado, e demitir-se, só por ver as mais recentes revelações contrariarem a palavra de honra que tinha dado ao parlamento!

Mas não, este é um homem de fibra! Que se lixe o parlamento!

Qualquer outro no seu lugar, depois de humilhado e desonrado publicamente, teria desistido do cargo, abdicando do chorudo salário e do conforto do exercicio do poder. Mas é nestas alturas que distinguem os meninos chorões dos duros...e este homem é um charles bronson da politica portuguesa! Agarrou-se ao cargo com unhas e dentes, com o vigor de quem sabe que a filha não tem média para entrar em lado nenhum e não quer gastar dinheiro a pagar uma privada, e foi preciso uma grua para o tirar do ministério (estão lá as marcas das unhas em cima da secretária, para o provar)!

Um grande bem haja Martins das Cunhas! Que o teu substituto seja metade do pai que tu és!


segunda-feira, outubro 06, 2003

 

Martins das Cunhas

É absolutamente inaceitável este escarcéu todo, só porque um ministro meteu uma cunhazita para a filha ir para a faculdade! Mas o que é isto? Estamos nalgum país do primeiro mundo, ou quê? Mas qual é o problema?

Ver o povo português indignar-se por causa de uma cunhazita, é como assistir a uma manifestação de bichos preguiça indignados, por não conseguirem fazer fusão nuclear a frio...eeer...ou mais ou menos isso!

Para além do mais, a historieta patética que o Martins da Cruz contou, podia muito bem ser verdadeira! Afinal, se era suposto sermos atrasados mentais a ponto de acreditar que o Iraque tinha armas terríveis e era um perigo para a humanidade, porque não acreditar na fábula do imaginativo Martins?

Senão vejamos: porque é que não pode ser verdade que tenha sido a filha de 19 anos (alguém tem fotos escaldantes da petiz?) a contratar uma equipa de juristas sagazes e atentos, recorrendo à sua mesada de filha de ex-diplomata promovido a ministro (que é, como toda a gente sabe, comparticipada directamente pelo ministério das finanças, caso a criança tenha menos de 10 anos, ao abrigo do decreto lei 35/43 de 1991) e, com a ajuda destes, ter elaborado o malfadado, mas hábil, requerimento que foi apresentado perante o incauto ministro Lince da Serra da Malcata (ex-carroceiro da zona de portalegre, ao que consta) e chegou para o convencer, sem que o pomposo apelido da requerente tenha sido notado, naturalmente? E porque é que tudo isto não pode ter-se passado sem o conhecimento do paizinho, Martins das Cunhas?

Felizmente o nosso grande timoneiro, com a sua perspicácia lendária e o seu savoir faire inigualável - até agora pouco prejudicado pela óbvia falta de sobrancelhas e sorriso de doninha - resolveu a questão com justiça e graça, como é seu hábito: o ex-carroceiro Lince da Serra da Malcata põe-se a andar - o que até dá jeito, porque os estudantes já andam a chatear e as propinas ainda só subiram 140% - e Martins, a partir de agora denominado "O Ingénuo" em todos os documentos oficiais da república, pode ir para a jantarada, há muito combinada, com os outros foliões das europas, onde, entre uns copitos de whisky e umas baforadas num cohiba dos verdadeiros, pode meter outra cunha para a miúda que entretanto, com esta história toda, já não entrou para medicina cá!

quinta-feira, outubro 02, 2003

 

Porto - Galácticos

Porque é que tenho a estranha sensação que toda a gente queria que o porto perdesse?

Acho que até os super dragões ficaram desiludidos quando o Raul falhou o que seria o 4-1. E nem arrasaram nenhuma bomba de gasolina, como é tradição quando perdem e não gostam...
 

Poesia Popular

Tão balalão,
Agarra aqui com a mão!

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